Buenos Aires - amor a primeira vista - dezembro de 2010

Ganhei de presente o prazer de morar em Buenos Aires. 




No final do mês de novembro de 2010, chegou a notícia de uma transferência do Edson para Buenos Aires. Em poucos dias, viajamos para fazer a visita prévia durante uma semana. É uma viagem que o Banco paga para a família escolher apartamento e colégio para os filhos. Foi a maior correria para fazer essa viagem na mesma semana de encerramento das atividades do UniCEUB.


Durante a programação da viagem, o Edson entrou em contato com o gerente da agência de Buenos Aires e pediu alguma sugestão de bairro e colégio. Ele sugeriu o seu bairro, Belgrano, e o colégio dos filhos que eu não lembro o nome. 

Então, fizemos uma reserva em hotel neste bairro e começamos a procurar apartamentos e sites pra já deixar tudo agendado. Na véspera da viagem, estava fechando a mala, quando o Edson me entregou um pedaço de papel. Só estava escrito um endereço de e-mail. Disse que um funcionário do banco, que ele nem tinha muito contato, entregou esse e-mail e que era pra escrever pra prima dele. Casada com um argentino, morava lá há alguns anos e era uma pessoa muito legal. 

Na mesma hora, parei tudo e escrevi pra ela. Me apresentei, contei que estava indo morar lá com a família e que adoraria poder conversar mais com ela. Enviei, fechei, dormi e viajei bem cedo no dia seguinte.

Chegamos em Buenos Aires e fomos direto para o hotel na avenida Cabildo em Belgrano. A cidade nos recebeu no dia 12 de dezembro com 10 graus!! Como assim? Aqui não tem verão? Quase morri congelada mas durou só algumas horas porque depois o sol deu o ar da sua graça. E tudo voltou ao normal. Visitamos uns dois apartamentos mas não gostamos. Um era caro demais. O outro eu não lembro porque não deu certo.

Descrever a avenida Cabildo pra quem vem da pacata cidade de Brasília é um pouco difícil.  Quase dez horas da noite e eu na janela do hotel olhando lá pra baixo. Milhares de pessoas andando pra todos os lados. Fiquei meio assustada. Resolvi olhar meus emails e tinha resposta da Amélia me passando o telefone dela. Liguei na mesma hora. 

Pra resumir, ela sugeriu que deveríamos escolher um apartamento na Recoleta. Esse sugeriu foi quase uma ordem. Disse que era mais perto do trabalho do Edson e que a vida portenha era "em Recoleta". Fiz reserva em um hotel perto da  Calle Santa Fé e, no dia seguinte, bem cedo, já estava fazendo a troca. 

Nova pesquisa de apartamentos e colégios. Depois de muitas visitas, conseguimos um apartamento enorme e super bem localizado. Levamos os documentos na faculdade do Rafael e faltava o colégio do Bruno. Visitamos o que a Amélia sugeriu mas não agradou ao Edson. Começando pelo elevador pra duas pessoas e com porta pantográfica. Ainda existe isso? Quem é da área de TI no Banco do Brasil não consegue imaginar um colégio que entrega a lista de documentos em folha mimeografada e que estava dentro de um arquivo de papel. Tudo bem, aquilo é tradicional e o colégio muito bom. Mas não deu certo. Visitamos outro que parecia o colégio do Harry Potter. Esse nem eu gostei.

Até que eu lembrei que o Colégio Logosófico era da Argentina. Procurei o endereço, liguei e marquei visita. Colégio simples, sem muitas modernidades mas um pouco mais atualizado pro nosso gosto. Fomos muito bem recebidos e fizemos a matrícula na mesma hora. Tudo resolvido em apenas dois dias e a gente ainda tinha o resto da semana. Só restava passear e conhecer a cidade.

Jantamos no Cabana las Lilas a melhor carne do mundo.  Conheci o sorrentino com recheio de abóbora e molho de manteiga em algum outro restaurante. Amei o cheesecake da  confeitaria Como en Casa.  Comi alfajor nas Galerias Pacífico e tomei sorvete de doce de leite na Fredo. Provamos vinho malbec em todos os lugares.  Foi uma visita gastronômica.  

Ainda faltava conhecer a Amélia, que passou a semana inteira me dando dicas por telefone. Ela e o marido nos convidaram pra jantar. Que simpatia!! O marido também. Jantamos no Sucre, um restaurante lindo e com uma comida incrível. Eu tinha um caderninho e anotava tudo que a Amélia falava. 

Não tenho nenhuma foto dessa viagem. Não lembro se não tirei ou se perdi. 

Voltamos pra Brasília com a certeza que o nosso espanhol era uma porcaria. Aliás, nem existia porque eu só sabia falar "gracias". Mas acreditando que seria muito bom morar naquele país. 

E a Amélia, com seu jeito nordestino de falar espanhol, virou uma grande amiga.

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