Ottawa e Quebec - julho 2024 (parte 2)
Com um dia lindo e no melhor estilo verão canadense, fomos conhecer a ilha de Orleans. A ideia era nem tomar café da manhã no hotel, mas paramos para um cafezinho básico. A ilha é linda e não é um lugar que a gente estaciona o carro e sai caminhando. Todos os pontos de interesse são distantes e precisamos seguir de carro. Então, a primeira parada foi na padaria (não lembro o nome) para o nosso déjeuner. Era só escolher os pães, colocar na cestinha e pedir a bebida. Depois, sentamos numa mesa no jardim e apreciamos os pães (tinha de queijo, de frutas vermelhas, de chocolate e cinnamon roll), o momento e a vista.
A próxima parada foi em um pequeno parque para subir no mirante de madeira. Em seguida, entramos em uma lojinha de sabonetes de leite de cabra e compramos vários cheiros diferentes. Bruno tem sabonete suficiente até o natal. Na lista do Bruno, o próximo destino era uma loja de queijos e sorvetes de leite de cabra. Fizemos degustação de tudo que nos foi oferecido. Escolhemos alguns queijos e um pão com crosta de queijo, compramos também um refrigerante de maçã e sentamos no jardim da loja. Tinha cabra no curralzinho e uma galinha solta passeando pelas mesas. De sobremesa tomamos o sorvete de baunilha com calda de chocolate.
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Na degustação dos queijos |
Em frente, tinha uma pequena fábrica de geleias e compotas. Sabores bem diferentes. Compramos uma manteiga de abóbora, geleia de cereja e uma de uma frutinha parecida com mirtilo.
A próxima parada foi para ver uma plantação de morango e conhecer um mercado local. Depois fomos na loja de cassis. O espaço era enorme e o local estava bem cheio. Provamos geleias e vinhos. Tudo era muito bom e compramos três refrigerantes de cassis para levar. A última parada foi em uma loja de chocolate que também estava bem cheia e tinha um jardim com cadeiras na entrada. Edson comprou chocolates, sabonete de maple e bonecos de dedo para Tiago.
A loja de chocolate |
Depois de todo esse tour gastronômico seguimos para a pousada na região dos Cantões do Leste. A pousada era perto da cidade Magog e a dona da casa se chamava Geraldine, uma francesa super simpática que nos recebeu muito bem. A casa ficava em uma estrada com casas bonitas e distantes umas das outras. Um lugar grande onde a parte dela ficava reservada e tinha uma entrada na porta ao lado da principal que levava aos cinco quartos sendo três em baixo e dois em cima. Todos com banheiro privado. Ela nos mostrou o jardim onde seria servido o café da manhã mas disse também que se estivesse chovendo seria dentro da casa dela. E, para nossa alegria, não choveu nenhum dia.
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A casa da Geraldine |
Nesse mesmo dia, ela deu dicas de onde jantar, já que chegamos no final da tarde. Então fomos a uma pizzaria que ficava a uns dez minutos. Mas não era em uma rua de comércio. Era na esquina de uma estrada como a da casa dela, ou seja, quase no meio do nada. Mas lotada! As pizzas estavam boas e os sabores eram conhecidos. A surpresa foi a pizza doce de frutas vermelhas com maple e o formato lembrava o beaver tail.
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A pizza de frutos vermelhos |
No dia seguinte, descemos para o café da manhã que era só nosso porque a casa estava vazia. Tinha um sol iluminando o local florido e espaçoso na parte de trás da pousada. Tudo estava delicioso! Na mesa tinha: café, leite, suco, geleias, pão de fermentação natural, manteiga, patê de frango, pão de chocolate, maple, frutas e overnight oats com frutas vermelhas. Eu adoraria ter uma casa para receber as pessoas com um café da manhã assim. Fomos acompanhados da Laksa, uma cadela da raça collie lassi, super mansinha e educada. O problema é que tinha um gato gordo chato que as vezes vinha se enturmar.
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Nosso café da manhã no jardim da Geraldine |
A Geraldine nos indicou uma reserva natural que ficava pertinho e resolvemos passar por lá antes do nosso roteiro. A I'lle Du Marais de Katevale tinha um lago com plantas do tipo vitória régia. Depois, seguimos para Saint Catherine de Hatley e North Hatley, onde tinha uma praia no lago Massawappi. No canto do lago, tinham casas bonitas com varandas e piers cheios de espreguiçadeiras. Entramos em uma biblioteca onde a atendente nos contou que os fundadores do local foram os americanos que apoiavam o reinado inglês e fugiram para o Canadá. Hoje, os moradores são metade falantes de inglês e a outra metade de francês. Adorei a coleção de livros da Jane Austen que encontrei em uma prateleira. O almoço foi em uma cidadezinha chamada Ayers Cliff que tinha uma micro rua e o restaurante foi o que encontramos, tipo prato do dia.
Na parte da tarde, fomos até Stanstead, onde visitamos uma biblioteca pequena cuja entrada fica no lado americano. Não era necessário o visto apenas tinha que retornar para o lado canadense após a visita. Tudo estava monitorado por câmeras. Na mesma cidade, conhecemos também o museu Colby Curtis que foi construído no século XIX. Foi a residência da família Colby e mostra o estilo de vida da elite da era vitoriana. Foi uma visita guiada bem interessante. Depois, pegamos o carro e percorremos 30 km para tomar sorvete na Laiterie de Coaticook ltée em Coaticook. De acordo com nosso guia Bruno, é muito famosa. O sorvete era tão fresco que a fábrica era na parte de trás (onde paramos o carro) e dava pra sentir o cheirinho de bosta das vacas. E claro, tinha sorvete de maple!! No final da tarde, jantamos em Magog em um lugar com vista para o lago Memphrémagog.
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Na entrada da biblioteca |
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Eu no lado canadense e o Bruno no lado americano |
No dia seguinte, acordei as cinco da manhã com a claridade que entrava no quarto. Levantei e vi um lindo nascer do sol no horizonte. Mais uma vez tomamos um café da manhã dos sonhos. Brownie de chocolate e especiarias e um patê viciante de carne de porco que era uma especialidade da região, chamado creton. Seguimos para a estação de esqui Oxford que o Bruno já conhecia. Ele e Edson subiram a montanha mais baixa por um caminho verde (fácil) e desceram pelo caminho azul (dificuldade média). Eu continuei lendo meu livro na base da montanha.
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Subindo a montanha |
Depois, veio a melhor parte!!! Fomos conhecer o campo de lavanda chamado Bleu lavande. Sempre quis conhecer um campo de lavanda e aquilo foi um sonho realizado. O campo era lindo e com vários espaços para caminhar e sentar entre as lavandas. Até fiz uma massagem relaxante! Também tinha uma lojinha linda para comprar sabonetes.
A próxima parada foi na cidade Magog que estava muito movimentada. Almoçamos lobster roll e uma cerveja vermelha muito boa. Andamos até a minúscula praia do lago que cabiam no máximo 50 pessoas. Foi bom andar pela rua principal da cidade. Tomamos mais um sorvete de maple e um café numa confeitaria francesa bem simpática.
No final da tarde, seguindo mais uma dica da Geraldine, fomos ver o pôr do sol em um restaurante na beira do lago e perto da pousada. Pegamos mais uma estrada no meio do nada com casas grandes e bem distantes umas das outras e a gente pensou assim: não vai ter ninguém. Simplesmente lotado! No nível o restaurante la mole da Tijuca nos velhos tempos. O lugar era enorme mas conseguimos uma mesa na varanda. O pôr do sol eu vi atrás da cabeça do Edson com dois vidros na frente...mas vi!! Comida boa e atendimento rápido. Valeu a dica!
Último dia na casa da Geraldine e mais um café da manhã delicioso. Antes da partida, tiramos uma foto na frente da casa com ela e a Laksa. Por sugestão dela, passamos na cidade que era a cara da riqueza canadense, Bromont. A rua principal era de casas históricas que foram transformadas em lojas de antiguidades e restaurantes. Em algumas delas existiam placas na entrada com informações sobre a antiga residência. Compramos uma torta de maple com nozes para levar para a casa da Juliana. Em volta dessa rua principal tinham vários campos de golfe sem cerca.
Seguimos para a cidade da Juliana e Alê e passamos em um supermercado (queria um desse aqui em Portugal) para comprar as linguiças do churrasco. Os recheios eram mel com mostarda, brie com maple, bacon com chedar e picante. Pensa na delícia!!! O reencontro com elas foi muito bom. Conversamos, fizemos churrasco no quintal e ficamos até a noite com a promessa de voltar no dia seguinte. A sobremesa foi aquela torta de maple que compramos no caminho. Sem palavras para descrever o que foi aquele sabor! Voltamos para a casa do Bruno e a gente já estava com saudades da casinha dele.
No dia seguinte, tomamos café da manhã com o que havia sobrado na geladeira: ovo, biscoito de sal com manteiga e café. Fomos a um shopping comprar uma camisa para o Edson e mais uma mala porque a nossa , além de "ter ficado pequena", rasgou na parte do zíper. Entrei em uma livraria e achei um livro de capa linda com a coleção completa de Jane Austen. Bruno me incentivou a comprar para colocar como decoração. Desistimos de comprar a mala porque Bruno sugeriu usar uma dele que estava servindo apenas para guardar coisas. Compramos então, duas caixas plásticas grandes para essa função. Almoçamos na praça de alimentação. Bruno escolheu comida japonesa e eu e Edson resolvemos nos aventurar na comida coreana. Arroz, um bife bem fininho com um molho agridoce e uma espécie de creme de milho com queijo que estava explodindo de pimenta. Na volta, eles jogaram tênis e, em seguida, fomos para a casa da Juliana. Mais uma vez, passamos naquele mercado que eu adorei. Levamos um vinho rosé do Quebec, frutas vermelhas, pão e o creton de porco. No final da noite ficamos comendo marshmelow na beira da fogueira. Isso, em pleno verão!! Mas era só pra gente conhecer.
Comendo marshmelow |
Último dia da viagem e Rosina nos convidou para um café da manhã na sua casa. Mais uma farra gastronômica sem limites. Nunca vi tanto crepe e waffle na minha frente. Um pote de manteiga de amendoim gigante e geleia de mirtilo para um batalhão. Delícia!! Pegamos o carro e fomos passear no Mont Royal. Totalmente diferente da visita que fizemos no auge do inverno. Depois, fomos a um shopping ao ar livre que ocupa um quarteirão de Brossard, chamado Quartier DIX30. Comemos no restaurante LOV vegetariano e tudo estava gostoso.
No final da tarde Bruno nos levou ao aeroporto e pegamos o maior trânsito faltando 2 km para a chegada. Esse percurso foi feito em trinta minutos e não entendemos o que tinha acontecido.
Fim do passeio!! Foi muito bom estar mais uma vez pertinho do Bruno e conhecer tantos lugares bonitos e diferentes. Merci!!!!!
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